terça-feira, 12 de julho de 2011

Caracteristicas dos Contos de Aventura.

      Na tradição oral, as histórias compiladas não eram destinadas ao público infantil e sim aos adultos. Foram os irmãos Grimm que as dedicaram às crianças por sua temática mágica e maravilhosa. Fundiram, assim, esses dois universos: o popular e o infantil. O título escolhido para a coletânea já evidencia uma proposta educativa. Alguns temas considerados mais cruéis ou imorais foram descartados do manuscrito de 1810.
O Romantismo trouxe ao mundo um sentido mais humanitário. Assim, a violência presente nos contos de Charles Perrault, cede lugar a um humanismo, onde se destaca o sentido do maravilhoso da vida. Perpassam pelas histórias, de forma suave, duas temáticas em especial: a solidariedade e o amor ao próximo. A despeito dos aspectos negativos que continuam presentes nessas histórias, o que predomina, sempre são a esperança e a confiança na vida. É possível observar essa diferença, confrontando-se os finais da história de Chapeuzinho Vermelho em Perrault, que termina com o lobo devorando a menina e a avó, e em Grimm, onde o caçador abre a barriga do lobo, deixando que as duas fiquem vivas e felizes enquanto o lobo morria com a barriga cheia de pedras que o caçador ali colocou.
Os Contos de Grimm não são propriamente contos de fadas, distribuindo-se em:

  1. Contos de encantamento (histórias que apresentam metamorfoses, ou transformações, a maioria por encantamento);
  2. Contos maravilhosos (histórias que apresentam o elemento mágico, sobrenatural, integrado naturalmente nas situações apresentadas);
  3. Fábulas (histórias vividas por animais);
  4. Lendas (histórias ligadas ao princípio dos tempos ou da comunidade e onde o mágico aparece como "milagre" ligado a uma divindade);
  5. Contos de enigma ou mistério (histórias que têm como eixo um enigma a ser desvendado);
  6. Contos jocosos (humorísticos ou divertidos).
A característica básica de tais narrativas (qualquer que seja sua espécie literária) é a de apresentar uma problemática simples, um só núcleo dramático. A repetição, ou reiteração, juntamente com a simplicidade de problemática e da estrutura narrativa, é outro elemento constitutivo básico dos contos populares. Da mesma forma que a simplicidade da mente popular, ou da infantil, repudia as estruturas narrativas complexas (devido à dificuldade de compreensão imediata que elas apresentam), também se desinteressam da matéria literária que apresente excessiva variedade, ou novidades que alterem continuamente as estruturas básicas já conhecidas.
Essa reiteração dos mesmos esquemas na literatura popular-infantil vai, pois, ao encontro da exigência interior de seus leitores: apreciarem a repetição de situações conhecidas, porque isso permite o prazer de conhecer, por antecipação, tudo o que vai acontecer na história. E mais, dominando, a priori, a marcha dos acontecimentos, o leitor sente-se seguro interiormente. É como se pudesse dominar a vida que flui e lhe escapa.
Vários críticos afirmam serem as histórias dos Grimm incentivadoras do conformismo e da submissão. Ainda assim, a permanência dessas narrativas, oriundas da tradição popular, justifica o destaque conferido a estes autores alemães.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Contos de Fadas

Os contos de fadas são uma variação do conto popular ou fábula. Partilham com estes o fato de serem uma narrativa curta, transmitida oralmente, e onde o herói ou heroína tem de enfrentar grandes obstáculos antes de triunfar contra o mal. Caracteristicamente envolvem algum tipo de magia, metamorfose ou encantamento, e apesar do nome, animais falantes são muito mais comuns neles do que as fadas propriamente ditas. Alguns exemplos: "Rapunzel", "Branca de Neve e os Sete Anões" e "A Bela e a Fera".

Características dos contos de fadas

  • Podem contar ou não com a presença de fadas, mas fazem uso de magia e encantamentos;
  • Seu núcleo problemático é existencial (o herói ou a heroína buscam a realização pessoal);
  • Os obstáculos ou provas constituem-se num verdadeiro ritual de iniciação para o herói ou heroína;

[editar] Morfologia dos contos de fadas

Em seu famoso estudo sobre o conto maravilhoso (no qual inclui os contos de fadas), V.I. Propp afirma que ele "atribui freqüentemente ações iguais a personagens diferentes".[3] Estas ações (mais adiante denominadas "funções") nos permitiriam estudar os personagens dos contos a partir das mesmas. Tendo isto em vista, Propp elabora quatro teses principais:
  1. "Os elementos constantes, permanentes, do conto maravilhoso são as funções dos personagens, independentemente da maneira pela qual eles as executam. Essas funções formam as partes constituintes básicas do conto."
  2. "O número de funções dos contos de magia conhecidos é limitado."
  3. "A seqüência das funções é sempre idêntica."
  4. "Todos os contos de magia são monotípicos quanto à construção."
Contudo, as teses de Propp foram objeto de críticas, particularmente por parte do antropólogo Claude Lévi-Strauss. No ensaio "A estrutura e a forma" (publicado nesta mesma edição da obra de Propp), ele observa:
Vimos que o conto de fadas é uma narrativa explicitando funções, cujo número é limitado e cuja ordem de sucessão é constante. A diferença formal entre vários contos resulta da escolha, operada individualmente, entre as trinta e uma funções disponíveis e da eventual repetição de certas funções. Mas nada impede a realização de contos com a presença de fadas, sem que a narrativa obedeça à norma precedente; é o caso dos contos fabricados, dos quais podemos encontrar exemplos em Andersen, Brentano e Goethe. Inversamente, a norma pode ser respeitada apesar da ausência de fadas. O termo 'conto de fadas' é, pois, duplamente impróprio.                             • Problemática existencial: morte, vida, amor, envelhecimento, separação, sexualidade, dilemas edipianos, rivalidades fraternas, etc.

• Início feito para partir do aqui e do agora, mostrando que a história se passa longe do mundo real: “Era um vez...” “Há muitos e muitos anos...”

• Final feliz, pois após tanto sofrimento a criança precisa de alívio: “E viveram felizes para sempre...”

• Obstáculos a vencer: são uma forma de crescimento interior.

• Elementos de encantamento e dicotomia: bem versus mal.

• Narrativa: complexa, com a presença de muitos diálogos.

• Presença de um narrador: figura que detém todo o conhecimento e que é “dono da vida” dos personagens.

• Vocabulário rico.

• Acontecimentos: encadeiam-se não por laços lógicos, mas por laços afetivos.

• Presença de castelos (resquícios medievais) e bosques (onde o encantamento acontece).

• Presença marcante da natureza.

• Abordagens de relações: pai, mãe, madrasta, madrinha (conceito social de apadrinhamento). 


Os contos de fadas apresentam a divisão de personagens entre bons ou maus, trabalhadores e preguiçosos, feios ou bonitos. Na vida real as pessoas podem ser boas e más ao mesmo tempo. A mente das crianças, porém, funciona muito bem classificando as coisas em dois pólos. Por isso os contos de fada são mais acessíveis para que o pensamento delas faça seus juízos de valor e as ajude a “encontrar” uma personalidade, já que terá que escolher entre os personagens aqueles com os quais mais gostaria de parecer, e torcer por ele. As crianças tampouco se importam em discernir entre certo e errado. Elas se identificam prontamente com o personagem que acham mais direto e simpático, que a atinge. Se o personagem é uma pessoa boa, ela também quererá ser boa. Existem as histórias amorais, como aquela de João que rouba o tesouro do gigante. Nelas, não está em jogo a promoção de valores do bem ou do mal, ou ética. Só a premissa de que o personagem precisava alcançar o sucesso. Aí entra em jogo uma questão do problema existencial: a vitória e a derrota como dificuldades que a vida certamente apresentará. Porque ser bom e certinho, mas insignificante? Nesse caso ela pode até concluir que existem saídas (roubar o tesouro do gigante) para os problemas que a vida apresentar. Ou que ela, mesmo sendo muita pequena em relação ao gigante, pode vencê-lo. De qualquer maneira, esses contos possuem uma linguagem simbólica eficaz na imaginação e principalmente na formação da personalidade das crianças



               

sábado, 2 de julho de 2011

Caminhar.

    Caminhar, caminhar sempre....
Por caminhos difíceis e perigosos,
cheios de obstáculos em todos os lugares.
Mas sem eles seria muito fácil caminhar.
     Os obstáculos fazem parte da vida
daquele que sabe o que quer; e só sabe
o que quer aquele que nunca desiste de caminhar!
Caminhar , apesar dos obstáculos.

Radix

  È uma palavra latina que significa raiz .Em latim, o substantivo radix era empregado tanto em sentido próprio (raiz de uma planta) como em sentido figurado. Dependendo do contexto, radix podia significar, como raiz em português,base,fonte,fundamento,origem.